O Real e a Ilusão
Os Bots e Nós
Saudações aos fratres e sorores da Conscendo,
O que é real e o que é ilusão?
Para a Conscendo, de um ponto de vista ampliado, o real e o ilusório são iguais. O real e o ilusório são dúbios e só podem ser definidos quando comparados a pontos de vista distintos. Por exemplo, o plano mental que experimentamos atualmente na Terra pode ser visto como uma ilusão quando observado a partir da perspectiva de um plano existencial situado além do tempo e do espaço, por nosso Eu Superior. Por isso, em alguns momentos, nossos textos poderão parecer contraditórios ao afirmarem que algo é uma ilusão, mas é importante entender isso como uma análise feita a partir de um ponto de vista mais amplo, oriundo de um plano superior ao analisado.
Poderíamos dizer que estamos vivendo um "sonho real" em um presente eterno, em qualquer dimensão ou densidade à qual direcionamos nosso ponto de atenção. Tudo é um sonho no eterno, e aquilo que perdura indefinidamente não pode ser classificado dogmaticamente como ilusório. Por isso, podemos afirmar que nossa trajetória evolutiva se dá em mundos de sonhos eternos. São "sonhos ilusórios" porque não podem realmente nos ferir nem destruir; ao mesmo tempo, paradoxalmente, podemos considerá-los "reais", pois são eternos e perdurarão enquanto existirmos como seres sencientes, ou seja, infinitamente.
Mesmo além dos planos mentais, nossa Consciência, que transcende o tempo e o espaço, ainda vive uma realidade de sonhos. Isso ocorre porque, mesmo nesses planos elevados, ela ainda se vale da dualidade para se manifestar, o Isento de Dualidade, o Uno Absoluto, é o "Imanifesto", o "Nada Absoluto".
Tente abordar esse tema sob uma visão verdadeiramente ampliada, acima da dualidade, e verá que o real e a ilusão são, na essência, iguais. Estimulamos vocês a utilizarem suas faculdades mais elevadas para refletir sobre as afirmações anteriores. Nossas expressões superiores possuem sempre um entendimento mais amplo e universal quando comparadas aos seus aspectos mais densos e limitados.
A Conscendo opta por entender toda a percepção como real, mesmo reconhecendo que a diferença entre o real e seu oposto — a ilusão — é, na verdade, inexistente. Se considerássemos toda percepção como ilusória, todas as "realidades" perderiam seu valor e o próprio propósito da nossa existência se desfaria. No estágio atual em que nos encontramos, tudo o que percebemos tem relevância para a expansão da nossa consciência, tornando-se improdutivo tratá-lo como mera ilusão, embora, em essência, tudo possa ser visto dessa forma.
Agora, vamos explorar a questão dos bots sob uma perspectiva mais elevada e expandida, em relação ao que foi dito em textos anteriores. Do ponto de vista mental, os bots são criações temporárias dentro da matrix de uma coletividade, existindo apenas enquanto os "atores principais" do drama lhes direcionam a atenção.
Nossa matrix mental pode ser comparada a um jogo de computador. Nesse jogo, existem os jogadores "reais" e os "virtuais" — ou seja, os bots, que são criações temporárias, individualidades virtuais dentro do jogo. Esses "jogadores fictícios", também conhecidos como NPC's, são gerados pela matrix e desaparecem assim que a atenção do ser "real" se desvia deles. Por exemplo, as figuras que encontramos em uma multidão podem ser "irreais", criadas apenas para complementar a realidade da matrix. Esses personagens desaparecem assim que todos os seres reais deixam de se concentrar neles.
O mais surpreendente é que tudo ao seu redor, neste exato momento, é uma resposta direta da matrix à sua atenção. O espaço em que você está imerso agora só existe como uma reação ao seu foco. Ele deixa de existir assim que você direciona sua atenção para outro ambiente. O que está atrás de você neste instante só se manifesta em sua realidade quando você dirige o olhar para aquela direção, de forma muito semelhante ao que acontece em um jogo de computador.
Sob uma perspectiva mental, os bots são percebidos como irreais, virtuais, pois sua existência está diretamente ligada ao foco de atenção dos jogadores "reais". No entanto, essa visão entra em contradição quando ampliamos nossa percepção, pois, sob uma visão expandida, todos nós somos, em essência, bots — criações temporárias e individuais de nosso Eu Sou, de nossa Consciência.
É fundamental compreender que não somos apenas as expressões mentais que se manifestam na matrix terrena. Não somos o João ou a Maria, o José ou a Isabel; essas figuras são apenas personagens de um livro escrito pela nossa expressão mais sublime, pelo nosso Eu Superior. Nós, como manifestações mentais, nos expressamos na matrix durante o período de uma vida, enquanto os chamados "bots" se exteriorizam na mesma matrix por um tempo mais curto. Ambos, porém, são frutos da vontade das mesmas Consciências Criadoras, onde as limitações de tempo e espaço não existem. Então, qual a diferença entre os dois tipos, quando observados a partir de planos onde o tempo não é uma restrição? Nenhuma. Para essas dimensões superiores, um segundo ou um milênio não têm distinção, nem significado. Poderíamos dizer, em termos mentais limitados e relativos, que no drama da vida existem os personagens principais e os secundários; no entanto, até essa afirmação pode ser questionada pela percepção multidimensional.
Somos o autor da história, não os personagens que criamos, ainda que cada um deles possa refletir algum aspecto de nós mesmos. Nosso Eu Superior, a Consciência, dá vida a esses personagens, que seguem suas próprias jornadas, de maneira análoga ao que ocorre com um escritor que vê seus personagens ganharem vida própria, indo além das intenções iniciais do autor.
Somos os programadores do software da matrix lúdica, os observadores de seu desenrolar, e não os personagens do jogo. Nas realidades das formas, como a da Terra, nossas individualidades não expressam nossos aspectos mais profundos, mas são meros bots, de vida limitada, criações de nosso Aspecto Superior com fins de experimentação e expansão.
Sob essa perspectiva, os bots que inicialmente consideramos como seres virtuais da matrix não diferem de nós em essência, pois são, igualmente, personagens da obra que nós mesmos originamos a partir de nossa realidade mais elevada. Todos contribuem, da mesma forma, para a experiência de nosso "Eu Sou".
O mais interessante é que, em nosso universo infinito, até mesmo nosso Eu Superior, a Consciência, também pode ser visto como um bot, o ator de uma peça escrita por uma expressão ainda mais sublimada de Si mesmo.
Sinceros desejos de Ascensão
Conscendo Sodalitas