Ode ao Meu Planeta

O Jardim do Meu Despertar


Saudações, Amados Fratres e Sorores da Conscendo,

Meu diamante, planeta amado. Minha realidade escolhida. Minha linda e amada Terra.

Quem, em meio à miríade infinita de estrelas e galáxias, se compara a ti? Quem exibe uma diversidade tão rica de paisagens e biomas? Um palco de vida manifesta em uma sinfonia de formas, cores e sons, uma tapeçaria vibrante de existência — e, ao mesmo tempo, um mistério perene a ser contemplado. Com que gratidão me sinto parte desse palco, uma joia rara que se estende desde desertos sob sóis implacáveis, que me fazem sentir a vastidão do tempo e do espaço, até florestas tropicais que pulsam com vida exuberante, onde o ar é denso e cheio de mistérios; montanhas majestosas que desafiam o céu e inspiram a alma; e oceanos misteriosos que abrigam maravilhas inexploradas, que me fazem mergulhar em profundezas desconhecidas. Sinto em ti o calor do sol que alimenta a vida, os cheiros adocicados das flores, o som das ondas que sussurram segredos antigos e a textura reconfortante da terra sob os pés.

Já percorri outros lares, outras dimensões, onde a energia vibrava em frequências distintas. Mas foi em ti que percebi o grande elo cósmico, o ponto de convergência de todas as jornadas, de seres como eu, originários de todos os quadrantes do universo, onde nossa evolução se desenrola de maneira tão singular e ágil.

Em ti encontrei as mais belas peças de arte, a mais sensível música, as pinturas mais vivas, os romances mais profundos, todos oriundos das experiências extremas que somente tu proporcionas. Uma dança de vida que nos transforma e nos inspira a cada instante.

Em teu palco, testemunhei o espetáculo da própria consciência em seu maravilhoso criar. Do otimismo cósmico de Leibniz ao ceticismo lúcido de Cioran; da revolução interior kantiana ao rigor metodológico cartesiano; das construções divinas de Mozart às tempestades transcendentais de Beethoven — mergulhei em todos os oceanos do pensamento e da emoção humanas. Em ti, minha Terra, a mente tornou-se espelho e lampadário: refletindo teus mistérios e iluminando-te com questões que apenas um ser finito, ciente do infinito, seria capaz de formular.

Danças, por vezes, uma música dissonante nesta linha do tempo, onde és agredida em tua essência, não apenas pela poluição que te sufoca e as cicatrizes que marcam tua superfície, mas principalmente pelas frequências sombrias do ódio, da ganância, da desigualdade e da ignorância que ressoam em teu palco. Cada conflito, cada exploração insensível e cada ato de opressão vibra em tuas entranhas, distorcendo a sinfonia da vida que em ti reside.

Mas em meus devaneios, alço voo para uma outra realidade superposta, onde cruzo livremente teus céus de um azul índigo profundo, extasiado por tuas paisagens sem limites; mergulho em teus mares cristalinos, rendido à imensa formosura de teus recantos; e me embrenho em tuas cavernas, moradas de incontáveis companheiros.

Nessa dimensão, liberto-me das correntes do tempo. Aqui, não há fronteiras que separem, nem conflitos que dilacerem, nem desconfiança que corroa, e onde nossos espíritos, em perfeita harmonia, celebram a união.

Venho aqui, Terra amada, para declarar que não invejo nenhum outro mundo, pois és completa. Não me arrependo em nada da jornada que escolhi trilhar em ti, e foi somente em teu abraço acolhedor que me libertei das ilusões que me aprisionavam. Por isso, te guardarei para sempre em meu coração.

E assim, carregando em minha alma a memória de tua perfeição, me elevo para além das limitações do tempo e do espaço, pois sei que a natureza do teu ser, esse diamante cósmico, transcende qualquer forma ou dimensão. Nosso elo é eterno, e a tua sinfonia de vida, em todas as suas manifestações, continuará a ecoar através dos universos, em celebração à beleza e à unidade.

Na eternidade do Eu Sou,

Com Sinceros Votos de Despertar,
Conscendo Sodalitas