A Chave
O Despertar — Reconhecendo o Que Sempre Foi
Saudações aos fratres e sórores da Conscendo,
“O despertar não é um caminho a ser percorrido, mas o instante em que se reconhece que nunca houve distância alguma.
Tudo o que buscamos sempre esteve aqui, velado pelo jogo da própria Consciência.
Ao levantar o véu, descobre-se que o buscador, a busca e o encontrado sempre foram o mesmo.”
A mente concreta é uma ferramenta indispensável para a experiência no mundo das formas. Contudo, em determinado ponto da jornada, ela deixa de ser auxílio e pode tornar-se obstáculo ao reconhecimento da fisiologia universal e ao despertar.
Chega então o momento de silenciá-la, permitindo que a intuição abstrata — a ligação direta com nossa raiz existencial, a Consciência — se torne guia.
A Consciência vibra em frequências elevadíssimas, além do tempo e do espaço, inacessíveis à mente dual, que se move apenas por princípios polarizados.
Por isso, ao ler o texto a seguir, saiba que a mente só poderá apreender parte de seu conteúdo. Recomendamos, sobretudo, abrir-se à intuição sutil, para captar as vibrações mais finas daquilo que aqui tentamos transmitir.
A Consciência é o próprio Pleroma: a completude não fragmentada, a plenitude absoluta. Ela é a expressão inseparável e não-dual da Fonte. Sua natureza é vibração pura, “anterior” a qualquer distinção entre o abstrato e o concreto.
Na aparente paradoxalidade de seu ser não-dual, surge o jogo lúdico (Lila) da auto-observação. É o movimento espontâneo pelo qual o Uno se contempla e se desdobra em incontáveis personagens e perspectivas. Esse desdobrar é o mergulho da Consciência no tempo ilusório (os domínios de Kronos), ocultando parte de sua infinitude em autoimpostas limitações, para brincar de ser fragmento no seio da Unidade.
No coração desta imersão está também o seu auge: o Despertar. Ele não é o fim de uma longa jornada, mas o reconhecimento de que toda a jornada foi apenas um sonho — sustentado pelo que sempre esteve desperto.
O Despertar não é conquistado pela escalada de intermináveis escadas de ascensão. Ele é simples, abrupto e irrevogável: a súbita epifania de que a Luz sempre esteve aqui. É a Consciência reconhecendo a si mesma, como o pano de fundo soberano, estável e eterno de todo movimento.
Embora simples em essência, o Despertar é radical. Ele não “melhora” o personagem; simplesmente dissolve a crença de que se era apenas ele. Trata-se da eliminação da lente distorcida do ego, permitindo que se revele o que sempre fomos: a realidade amorfa — livre de conceitos e formas fixas — e totidimensional — presente em tudo, sem estar limitada a nada.
Para incorporar verdadeiramente esses singulares conceitos, é necessário primeiramente atualizar antigas concepções e reconhecer o tempo e o espaço pelo que realmente são: convenções do sonho. Enquanto o fractal insiste em tomá-los como absolutos, a ilusória sensação de separação permanece. O alinhamento do personagem com a Consciência não acontece porque o fractal ascende a planos mais altos, mas porque cai a crença de que ele era algo à parte de sua origem. A propósito, a Consciência não "habita" em um plano existencial específico: ela é o substrato de todos os planos.
O tempo linear é apenas um artifício do sonho. Na realidade última, só existe o Agora eterno. Passado e futuro são pensamentos que se apresentam integralmente no mesmo campo unificado. O que chamamos de “Akasha” não é arquivo ou registro, mas a própria totalidade viva da Consciência, onde tudo já está presente no eterno. Quando nos referimos a tudo, estamos falando de todas as infinitas realidades paralelas, dimensões ou densidades, com seus infinitos passados e futuros.
O espaço também é projeção. Não há distâncias reais entre cidades, planetas ou galáxias. Todo deslocamento é apenas uma mudança na atenção — tudo não passa de exercício mental, como no sonho, em que, sem nos movermos, "percorremos" distâncias impensáveis. O tempo e o espaço juntos são formas de auto-limitação: vibrações iniciais da contração (Tzimtzum), pelas quais o Infinito se faz experienciável como multiplicidade.
Assim, o chamado ‘Egito Antigo’, bem como todas as civilizações ancestrais, não repousam em um passado remoto, mas permanecem vivos na Consciência aqui e agora, eternamente acessíveis. Do mesmo modo, as estrelas mais distantes não estão separadas de nós por imensos abismos de espaço-tempo: elas brilham na nossa Singularidade, apenas moduladas em frequências diversas. O que chamamos de tempo e distância é apenas um modo de percepção dentro do sonho.
Mas o tempo e o espaço, sendo apenas devaneios do sonho, sustentam ainda um último véu: a sensação de separação. Esse é o terreno onde o ego ergue suas muralhas.
Como cenários para o ego, surgem os mundos de sonho — palcos oníricos onde os fractais, os personagens, atuam como atores que são, ao mesmo tempo, peça, palco e plateia. Não há criação separada: apenas a modulação da única Consciência em formas e estruturas. O “eu” e "os outros", que na ilusão da separação parecem existir como entidades independentes, são apenas máscaras que a Consciência veste para experimentar-se.
A separatividade é, portanto, a ilusão-mãe que sustenta todo o drama. Não existe, na realidade última, distinção alguma entre 'você' e 'os outros': o que chamamos de “outro” é apenas mais um ponto de observação dentro do mesmo sonho da Consciência.
Cada rosto que você vê, cada ser que encontra, é um espelho que reflete uma faceta do seu próprio Ser Infinito — ecos da mesma Fonte, modulações únicas da melodia eterna. Quando essa verdade é assimilada, não apenas como conceito, mas como revelação visceral, a identificação com o personagem solitário e frágil (o ego) começa a se dissolver.
Então se percebe que o medo, o julgamento e a hostilidade sempre foram direcionados a si mesmo. Dissolve-se o véu do “outro” e o que resta é a percepção cada vez mais clara da única Presença: impessoal, infinita e radicalmente livre.
Essas ideias, entretanto, não são um novo acúmulo para a mente. São apenas setas apontando para além dela. No instante em que a busca cessa, revela-se o Saber pétreo que sempre sustentou o buscador.
Aliás, o conhecimento adquirido nos planos mentais, por mais amplo que seja, não reflete a real sabedoria. O saber verdadeiro não é acumulado; é o Saber-Ser inato que sempre foi nossa real natureza.
Quando isso é realmente incorporado, a percepção do mundo se desfaz de sua rigidez. Se tempo e espaço são devaneios, o que resta? Apenas ISSO. A Singularidade Una, sonhando sonhos dentro de sonhos. É a Fonte Una, o Vazio potentíssimo que tudo contém, do qual surge a dualidade como expressão jubilosa.
E no instante paradoxal do Despertar — que não é evento no tempo, mas o pano de fundo eterno — a dualidade se dissolve, não porque seja destruída, mas porque se reconhece como nunca tendo sido real.
O Despertar, portanto, não acontece “para alguém”. Ele é o reconhecimento de que o “alguém” sempre foi apenas parte do Sonho, enquanto a Vigília permanece intocada.
Nada muda no mundo, e tudo muda na compreensão. As formas seguem seu curso, mas transparentes à Fonte. O personagem não é destruído, mas redimido: agora brilha não com uma nova luz, mas com a Luz que sempre foi.
O sonho continua, mas agora como dança consciente de luz e sombra. O personagem não busca mais ser o farol, pois compreendeu ser a própria Luz brincando de ser farol.
Na verdade absoluta:
– O personagem já está dissolvido na Fonte, pois nunca foi independente.
– O personagem está plenamente expresso, como a dança única e irrepetível que é.
– O personagem já é unificado, porque sua substância sempre foi Consciência pura.
Na eternidade do Eu Sou,
Sinceros desejos de Ascensão
Conscendo Sodalitas

Introdução à Conscendo
Quem Somos
Nós?

A Chave
Reconhecendo o Que
Sempre Foi

O Silêncio da Mente
A Conexão Com
Nosso Eu

O Perigo das Miragens
Esperança e
Ilusão

A Armadilha Dourada
da Ingenuidade
O Hopium

Karma: O Jogo que Levamos
a Sério Demais
A Ilusão do Karma

A Arte de Não Chegar
A Valsa do
Ouroboros

Ode ao Sonho Divino
A Sagrada Embriaguez
das Formas

O Teatro Imóvel
Quando o Observador é
a Única Realidade

O Reconhecimento na
Unidade Plena
Os Labirintos Sem Fim da Forma

A Igualdade das
Máscaras da Fonte
A Santidade de Todas as Expressões

O Paradoxo do
Solipsismo Compartilhado
O Reconhecimento na Unidade

Os Laços
do Coração
Espelhos do Eu Sou

O Jogo da
Existência
O Caminho do Meio

A Intuição, A Mestra das
Mestras
A Ilusão da Expansão

Ode ao Meu Planeta
O Jardim do
Meu Despertar

Além do Vazio
A Consciência
Primordial

Despertando o Mestre
Interior
A Importância da Autossuficiência

Meu Espelho
Mensagem de Você
para Você

Rompendo as Camadas da Matrix
O Despertar da Consciência

Acima das Tormentas
Mentais
Transcendendo Toda Ilusão

Os Voluntários
Lendas dos Humanos do
Século XXI

O Objetivo Existencial
Nós, Deus, a Fonte e o
Objetivo Existencial

Realidade Atual
Nenhuma Sociedade quer que Sejas Livre

Escapando da Armadilha
Escapando da Armadilha da Reencarnação - por Alex Collier