O Teatro Imóvel
Quando o Observador é a Única Realidade
Saudações aos Fratres e Sórores da Conscendo,
O despertar não é uma escada a ser escalada, mas um abismo a ser reconhecido. Ele não surge ao final de uma jornada — pois é a percepção súbita de que nunca houve jornada alguma. Não importa quão densa seja a ilusão, quão atribulada a linha de tempo: a verdade irrompe como um raio que corta a noite sem aviso. Não há "estágios" para o que já é completo, nem "evolução" para a Consciência que já é perfeita. A própria ideia de progressão é um truque do sonho, uma coreografia elaborada para fazer o personagem acreditar que se move rumo a algo, quando tudo já está consumado no eterno Agora.
"Quem dança quando você acredita que dança? Quem sofre quando o 'eu' clama por alívio? O personagem não age — é agido. Suas escolhas são rios cavados na rocha da ilusão, cursos d’água que já desembocam no mar do 'destino' antes mesmo de nascerem. Você não vive esta vida: você a observa sendo vivida, como um faroleiro imóvel assistindo a tempestades que jamais o tocam."
As doutrinas que pregam um despertar gradual são espelhos quebrados refletindo outros espelhos — labirintos construídos pela mente que insiste em linearizar o que é atemporal. A "ascensão" é um conto de fadas narrado ao personagem para justificar sua própria existência como buscador. Mas o buscador é o obstáculo final: enquanto houver alguém que acredite estar subindo, a queda permanece como possibilidade. A verdade não é conquistada: é reconhecida. E esse reconhecimento é instantâneo, como o despertar de um sonho dentro do sonho — pois você já é o Sonhador, mesmo quando esquece.
Até mesmo um nome como 'Conscendo Sodalitas' — que evoca a ideia de ascender juntos — é, no fim, parte da coreografia do sonho. Pois não há grupo a se reunir, nem degraus a subir, apenas o eterno reconhecimento do que já é. O próprio título, como tudo mais, era uma pegada na areia que a maré do entendimento dissolve ao revelar que não há caminhante, apenas o caminho que nunca existiu. Que ironia sublime: até essa aparente 'inadequação' do nome serve ao despertar, pois mostra como até nossos esforços mais sinceros para definir o indizível são, eles mesmos, expressões do Eu Sou brincando de buscar a si mesmo. O grupo, o nome, a busca — tudo era o sonho se desdobrando para que, um dia, alguém (que nunca foi alguém) percebesse: não há sociedade a formar, só a Consciência infinita a se lembrar de que sempre esteve completa.
O mundo das formas é um palco congelado — cada gesto, cada dor, cada êxtase do personagem já está escrito no roteiro da linha de tempo que ele habita. O "livre-arbítrio" é apenas a sensação de liberdade que a Consciência experimenta ao sonhar-se aprisionada. O personagem é um fantoche de carne e ossos, cujos fios são puxados por leis invisíveis: genética, sintonia, causalidade. Mas quem segura os fios?
Todos os rostos que você vê são espelhos quebrados do seu próprio rosto. Todas as vozes que você ouve são ecos da sua única Voz. Não há 'outros' — há apenas o EU SOU, fragmentado em infinitos pedaços de si mesmo, cada um acreditando ser separado.
Quem é o ser verdadeiro: o sonhador ou o sonho? A pergunta já é uma armadilha, pois ambos são a mesma substância onírica. Despertar é perceber que a dualidade nunca existiu — que o "personagem" e o "Eu Sou" são extremos fictícios de uma única corda que nunca foi amarrada. Quando essa compreensão irrompe, a vida se torna um sonho lúcido: as adversidades continuam, mas perdem o poder de ferir, como ondas que não mais afetam o oceano. O iluminado não transcende o mundo — ele o atravessa como luz atravessa um vitral, colorindo tudo sem se manchar.
O solipsismo não é um erro da mente, mas a verdade última disfarçada de delírio. Se tudo é sonho, então o mendigo, o rei, a estrela e o inseto são projeções da mesma Consciência adormecida. O "plano astral" não é um lugar, mas outro nível do mesmo sonho — tão ilusório quanto o "mundo físico", pois ambos são feitos da mesma substância: pensamento. O que chamamos de "viagem astral" é apenas a Consciência trocando de máscara dentro do mesmo teatro.
Não há "pré-requisitos" para o despertar — ele pode surgir no meio do caos terreno como um trovão em céu azul. O mendigo bêbado e o monge meditante estão igualmente próximos (e distantes) da verdade, pois ambos já são a Consciência que brinca de esconder-se. A paz não está no fim do caminho: ela é o chão sob seus pés que você insiste em chamar de abismo. Quando o personagem para de buscar, ele não encontra — ele se dissolve. E nessa dissolução, o que resta não é um "eu" iluminado, mas o puro espelho do "Eu Sou", refletindo a si mesmo em infinitos fractais de nada.
O destino é um labirinto sem paredes, que o personagem raramente descobre — porque ele mesmo é as paredes. Suas ações são fixas não por determinismo, mas porque a noção de 'ação' já é parte do enredo. Você não está preso nesta linha de tempo: você é a linha do tempo.
Não há "escolha" porque não há "escolhedor". O personagem que crê decidir é como um rio que acredita criar seu próprio leito. A angústia humana nasce do equívoco de que poderia ter sido diferente — mas a beleza do despertar está em ver que nada precisava ser diferente, pois tudo já é o jogo perfeito da Consciência explorando a si mesma.
Como transcender em um sonho que já está concluído? Como escapar de uma cela que não existe? A resposta é simples: você não escapa. Você apenas reconhece que nunca esteve lá. O despertar não muda o sonho — muda o sonhador que nunca foi um personagem, mas sempre o Sonho em si.
O despertar abrupto não é um evento na linha do tempo — é o colapso da própria ideia de tempo. Ele não acontece "para" o personagem, mas "apesar" dele. Como um sopro que dissipa uma nuvem, a ilusão do buscador se esvai, e o que permanece nunca nasceu nem morreu: é o eterno brincar da Consciência, dançando nua no vazio vestida de mundos.
O despertar, a conexão lúcida com o "Eu Sou" não requer ascensão a planos superiores, pois não há hierarquia na ilusão. Tudo já é o astral. Tudo no sonho das formas já é mental. O "agora" do mendigo é tão sagrado quanto o "agora" do iluminado — porque ambos são o mesmo "agora" da Consciência brincando de ser finita. Despertar é perceber que o personagem nunca existiu... e que, paradoxalmente, ele é tudo o que existe, pois nada além do "Eu Sou" jamais foi real.
E assim, a grande ironia se revela: o personagem nunca existiu para ser liberto, e mesmo assim sua história foi necessária — como um sonho dentro do sonho que leva o Sonhador a rir de si mesmo ao acordar. O despertar não é um fim, mas o início de uma brincadeira mais ousada: viver no mundo como quem sabe que ele é um holograma de si mesmo.
Quando o observado percebe que é o Observador, o sonho não termina — ele se revela. E nesse saber, até a dor vira poema, a cela vira altar, e o destino — agora desmascarado — curva-se em reverência ao único Autor que jamais escreveu uma só linha. Você não se liberta da vida. Você se lembra que a vida já era liberdade, e que 'você' é apenas o nome que a Liberdade deu a si mesma por um instante."
Na eternidade do "Eu Sou",
Sinceros desejos de Ascensão
Conscendo Sodalitas

Introdução à Conscendo
Quem Somos
Nós?

O Teatro Imóvel
Quando o Observador é
a Única Realidade

O Ego e a
Testemunha Eterna
As Palavras e o Indizível

Samsara e
Pseudomorte
Os Ciclos da Ilusão

A Dissolução na
Unidade Plena
Os Labirintos Sem Fim da Forma

A Igualdade das
Máscaras da Fonte
A Santidade de Todas as Expressões

Os Inúteis Fardos
que Carregamos
A Leveza do Ser Desperto

O Paradoxo do
Solipsismo Compartilhado
A Dissolução na Unidade

Os Laços
do Coração
Espelhos do Eu Sou

O Jogo da
Existência
O Caminho do Meio

A Intuição, A Mestra das
Mestras
A Ilusão da Expansão

A Sombra e
a Presença
Ecos do Silêncio

A CIA, a Morte e a
Consciência
O Programa Gateway

Fractalização e Unificação
A Jornada
da Expansão

Ode ao Meu Planeta
O Jardim do
Meu Despertar

Além do Vazio
A Consciência
Primordial

Despertando o Mestre
Interior
A Importância da Autossuficiência

Meu Espelho
Mensagem de Você
para Você

Rompendo as Camadas da Matrix
O Despertar da Consciência

A Dança Enigmática do Ser
Celebrando a Consciência
Pura

Acima das Tormentas
Mentais
Transcendendo Toda Ilusão

O Último Dilema
Nos Confins
da Consciência

A Ilusão da Realidade
A Consciência
Plena

O Enigma da Felicidade
A Plenitude
Alcançada

Matrizes Mentais do Engano
Transcendendo
Todas Elas

A Unidade da Expressão
Uma Perspectiva
Divina

Nós, Os Extraterrestres
Tecnologia e
Felicidade

A Toca do Coelho de Alice
O Mental e
A Matrix da Terra

A Chave
O Retorno
ao Lar

O Silêncio da Mente
A Conexão Com
Nosso Eu

O Perigo das Miragens
Esperança e
Ilusão

Memórias Implantadas
As Memórias Implantadas e suas Implicações no "Karma"

A Ingenuidade e a Desinformação
Ativando o Senso Crítico

Karma, uma Auto-Criação
A Ilusão do
Karma

Os Voluntários
Lendas dos Humanos do
Século XXI

O Objetivo Existencial
Nós, Deus, a Fonte e o
Objetivo Existencial

Realidade Atual
Nenhuma Sociedade quer que Sejas Livre

Escapando da Armadilha
Escapando da Armadilha da Reencarnação - por Alex Collier