Karma, uma Autocriação

A Ilusão do Karma


Saudações aos fratres e sorores da Conscendo,

Ao longo da história, o conceito de karma foi distorcido e reduzido a uma simples lei de causa e efeito, como se o universo fosse um juiz implacável que nos pune ou recompensa por cada ação. No entanto, essa visão é uma limitação criada por interpretações equivocadas. O karma, tal como ensinado pelas religiões, não é uma força cósmica inexorável, mas sim uma construção mental, alimentada por culpas e crenças autoimpostas.

Nas tradições ocidentais, carregamos o peso do pecado; no Oriente, fala-se em karma negativo — mas ambos são faces da mesma moeda: mecanismos de controle. As religiões, em sua essência, não foram criadas para nos libertar, mas para nos manter presos a dogmas que servem a interesses alheios à nossa verdadeira evolução.

A verdadeira jornada espiritual não está em seguir mestres, gurus ou sistemas externos, mas em desenvolver nossa intuição e conexão interior. O karma não é uma sentença divina, e sim um fardo que carregamos por acreditar que merecemos sofrer. Ele é como uma mochila pesada, cheia de inutilidades, que podemos, a qualquer momento, decidir abandonar no chão.

É crucial diferenciar karma da sintonia vibracional: quando emitimos frequências negativas, atraímos experiências semelhantes, não por castigo, mas por alinhamento vibratório. Quem espalha dor, naturalmente colhe ambientes onde a dor prevalece. Isso não é punição, é física da ressonância.

Vivemos nesta realidade para brincar no jogo da dualidade de nossa consciência. Se já soubéssemos todas as nuances do caminho, não haveria propósito na existência terrena. Na "escola" da vida, um aluno é aprovado mesmo acertando apenas 60% das questões — afinal, o aprendizado se dá justamente nos erros e nas tentativas. No entanto, as religiões nos ensinam a temer até os menores deslizes, como se um momento de raiva ou uma escolha equivocada pudesse nos condenar a ciclos infinitos de sofrimento. Elas agem como um sistema que reprova até quem acerta 100% da prova, pois, sob seus dogmas, até um pensamento "impuro" ou um desabafo justificado podem ser motivo de punição eterna. E o pior: não é um juiz externo que nos condena, mas nós mesmos — internalizamos essas culpas absurdas e, assim, nos tornamos nossos próprios carrascos. Essa autocobrança desproporcional, e não algum débito cósmico, é o que nos mantém presos à roda de renascimentos, repetindo lições que, na verdade, já aprendemos.

A matrix terrestre é um jogo denso, projetado para nos fazer esquecer nossa natureza divina. Mas nós somos os jogadores — e também os criadores das regras. O "karma" só tem poder porque acreditamos nele. Quando perdoamos a nós mesmos e aos outros, quando abandonamos a culpa e o apego ao passado, essa ilusão se dissolve. Afinal, até os maiores mestres cometeram lá os seus erros. A perfeição não é requisito para solucionar o jogo; a consciência e o amor são.

E o que dizer daqueles que parecem desafiar essa harmonia, como os chamados psicopatas, que agem sem sentir culpa? Eles não são exilados da Fonte Divina, pois Ela tudo contém, mas fractais temporariamente desconectados de sua essência superior. Em sua desconexão, manifestam a dualidade crua dos mundos densos, mas isso não é permanente. A Fonte, em sua infinita unidade, não rejeita nenhuma de suas partes. Mesmo os que se desviam profundamente do fluxo evolutivo serão, em algum momento, reintegrados com amor ao Todo. Seus atos, por mais obscuros que sejam, fazem parte do grande tecido da experiência cósmica, dissolvendo-se como sombras perante a eternidade. Na luz que tudo permeia, toda separação é apenas temporária. Além disso, atitudes narcisistas e egocentradas, frequentemente associadas ao "mal", carregam em si uma natureza autodestrutiva. Ao priorizar persistentemente o ego acima da conexão com os outros e com a Fonte, esses comportamentos criam um vazio interno, afastando o indivíduo da harmonia universal e gerando consequências que, por sua própria vibração, corroem a essência de quem as pratica, conduzindo-o a um ciclo de isolamento e dissolução autoimposta.

O que nos prende ao Samsara não é um débito cósmico, mas a culpa que internalizamos. São nossas próprias crenças de inadequação que nos fazem repetir ciclos. Quando elevamos nossa vibração, quebramos esses padrões e transcendemos as ilusões.

Nobres fratres e sorores, lembrem-se: vocês não são apenas os personagens desta história. São os autores, seres infinitos, a própria Fonte, que exploram realidades temporárias. Além do tempo e do espaço, além da dualidade, já somos plenos. A liberdade está em despertar para essa verdade — e rir das regras do jogo que um dia nós mesmos inventamos.

Sinceros desejos de Ascensão
Conscendo Sodalitas