Conscendo Sodalitas
Segundo Chakra - Sacral
O Chakra Sacral, Sexual, ou Svadhisthana, em sânscrito, situa-se na região sacral, ao lado de Muladhara, emanando energia prânica, captada em seu centro, na forma de seis raios (ou pétalas). Foi colocado em pleno funcionamento durante o período lemuriano. Sua cor varia entre o laranja e o vermelho, dependendo das circunstâncias. Não deve jamais ser confundido com o Chakra Esplênico, que é um Chakra distinto, de função secundária.
A denominação sânscrita Svadhisthana significa 'morada própria', pois nos primórdios da vida, aí residia Kundalini que, posteriormente migrou para Muladhara. Isso corresponde à migração dos testículos do baixo ventre para a bolsa escrotal, durante o desenvolvimento fetal.
Satyananda atribui a esse Chakra a sede do inconsciente individual e coletivo do ser. Esse inconsciente, abrigado por Svadhisthana, é poderoso, e controla grande parte do comportamento do indivíduo, sem que ele saiba. Todas as experiências cotidianas do ser são registradas automaticamente nesse Chakra, afetando posteriormente, inconscientemente, os seus atos futuros e o seu comportamento.
Melhor aqui citar o pensamento do próprio Satyananda: 'Esse Centro encerra não apenas o carma das vidas passadas, como também todas as experiências e carmas relacionados que têm contribuído para o processo da evolução humana. Parte deste carma é guardado como semente adormecida, e outra parte mantém-se ativa. Seja ele ativo ou inativo, é raro que a consciência da pessoa esteja ciente de seu carma. Contudo, quando a Kundalini ativa começa a subir, acionando o processo de evolução psíquica, ambos os carmas, o ativo e o dormente, são desencadeados e invadem o consciente. Se a pessoa não puder analisar ou controlar este carma acumulado no Svadhishthana, então a Kundalini se retrai, voltando para o Muladhara. Nesse sentido, o Chakra Svadhishthana e o carma acumulado nele são um grande impedimento para a evolução espiritual do ser humano. A melhor forma de superar esta barreira é despertar primeiramente o Chakra Ajna (Chakra Frontal). O superconsciente que habita o Ajna está completamente ciente das atividades da mente inconsciente do Svadhishthana. e pode controlar todo o carma desencadeado.'
A criação da vida hominal tem início quando a substância primordial (Prakriti) é ativada pelo Espírito (Purusha), ou ser verdadeiro, a Mônada, por força de Sua vontade. Nesse processo, os sete Chakras Inferiores são ativados, um a um. Esses Chakras Inferiores foram desenvolvidos durante o período de evolução animal, que tem Rasatala, um Chakra Inferior, situado na parte superior da coxa, como Chakra mais elevado. A partir de Muladhara, começa a evolução hominal e para conseguir passar a próxima fase de evolução, ou seja, a Divina, o homem tem que desenvolver Muladhara e todos os seis Chakras acima. No Ser Divino, outros Chakras, ainda mais elevados, terão de ser desenvolvidos, para que atinja o proximo estágio evolucional. É a escada infinita de Jacó. Sob esse ponto de vista, o desenvolvimento dos Chakras pode se usado como uma unidade de medida evolucional.
O carma das evoluções hominais e animais passadas estão contidas, como já dissemos, inconscientemente, em Svadhisthana, acumulando um conjunto de forças poderosas e irracionais que podem se tornar um grande impecílio à subida de Kundalini. Nesse caso, a falta de domínio sobre essas forças, tornará o Svadhisthana impenetrável, mantendo Kundalini adormecida indefinidamente em Muladhara.
Esse Centro de Força está ligado intimamente aos órgãos sexuais: próstata, testículos, ovários; por isso mesmo a sua disfunção afetará primariamente o ciclo reprodutivo, a potência e o desejo sexual, bem como a intuição no relacionamento com os outros indivíduos.
Uma forma de liberar a energia de Svadhisthana é controlar a energia sexual. Quando o indivíduo retêm seus fluidos sexuais e os transmuta, por meio da vontade, essa energia transmutada pode ascender ao cérebro, liberando Kundalini e despertando os outros Chakras. Esse é um dos motivo de vermos várias correntes religiosas que adotam o celibato, inclusive o catolicismo. O celibato compulsório, por sua vez, pode ser uma faca de dois gumes, pois a maioria dos seres humanos não está preparada para se submeter a uma restrição sexual completa e, por vezes, a tentativa frustra e desanda em desvios sexuais diversos. Uma forma de contornar esse problema é proposta pelo Tantrismo Branco, onde a educação sexual, onde existe o ato sexual, sem ejaculação e sem o desperdício dos preciosos fluidos.
O preconceito ocidental em relação ao sexo contribuiu muito para o subdesenvolvimento desse Chakra. No oriente não existe tal preconceito, já que o sexo faz parte da vida natural. Esse mesmo preconceito fez com que até algumas doutrinas ocidentais esotéricas elevadas, omitissem a existância do Chakra Sacral, substituindo-o por um Chakra de importância secundária, o Esplênico. Deve-se, entretanto, diferir o sexo monogâmico fiel do sexo orgiástico. Enquanto o primeiro tende a direcionar Kundalini para cima, à Sahashara (Chakra Coronário), no sentido da evolução Divina, o segundo tende a direcionar Kundalini para baixo, à Patala (Chakra localizado na planta do pé), onde os Chakras de evolução animal serão avivados, juntamente com seus indesejados aspectos inferiores, desligando o indivíduo de seus veículos superiores.
Por sinal, Svadhisthana está tão intimamente ligado à Muladhara, em suas trocas energéticas, que várias correntes doutrinárias tibetanas os consideram um único centro.
Esse Chakra deve estar desenvolvido, na Segunda Iniciação, pois confere ao Iniciado o controle dos elementais da água.
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